Lagartolandia

Invenções, pensamentos e desafios de um lagarto criativo

quarta-feira, abril 30, 2008

"Foreign friends" ou talvez os novos estrangeirados...


Animação demonstrando a rotação da terra, retirada da Wikipédia e, baseada em documentação da NASA (http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2c/Rotating_earth_%28large%29.gif).

A história da terra é feita de mobilidade. Encontramos, por exemplo, essa ideia de movimento no seu ciclo de rotação próprio, no movimento das marés, na deslocação dos continentes ou, até nas variações das condições climáticas. Também na história, memória dos homens, encontramos o mesmo conceito de movimento, traduzido na questão das migrações ou mobilidade social.

Portugal, em pleno séc. XXI, "rebenta pelas costuras" e, face a uma crescente onda de migrações, recebe muito do que há de pior por esse mundo fora, perdendo muitos dos seus melhores recursos. Portugal vagueia (excepto, na visão daqueles que se sentam nas cadeiras do poder)... O "non-sense" impera com um mau-gosto atroz! Tudo conseguiu ser modificado incrivelmente para pior. Poucas são as medidas positivas ou minimamente interessantes. Só vejo um apertar de cinto, um sofrer uma crise, sem retorno à normalidade.

Demasiado sacrifício para as novas gerações sem lugar para viver, sem emprego como ganha-pão, sem possibilidades de cumprir sonhos básicos com o mínimo de honestidade. O fosso social agudizou-se entre os terrivelmente pobres e os excessivamente ricos. A tendência é para, pouco a pouco, ir desaparecendo a classe média. Altos índices de criminalidade (disfarçada a custo por estatísticas erróneas) e migrações desmesuradas, caracterizam alguns traços alarmantes, do Portugal moderno.

Também o número de licenciados sem emprego parece ser um problema, sem solução à vista. No meu círculo de amigos, sei de inúmeros casos de gente a viver por esse mundo fora ou com perspectiva de rapidamente lá chegarem. E, incrivelmente estes que agora vão não se comparam à geração de "emigreses" sem cultura, que partia nas décadas de 60 e 70, das mais recônditas aldeias para os grandes núcleos urbanos na França, Alemanha ou EUA. Hoje, os que vão são super-habilitados sendo talvez o maior desperdício e estupidez que o Portugal moderno está a permitir. Desaparecem técnicos e especialistas das mais variadas disciplinas (na ciência: físicos, biólogos, geógrafos, médicos, etc. Nas artes: arquitectos, pintores, músicos ou bailarinos. No pensamento ou ensino: filósofos, escritores e poetas, ensaístas e professores).

Este carácter cíclico da história, como se de uma espiral se tratasse, relembra-nos, não assim tão distante, a época de Pombal (séc. XVIII) e dos portugueses que também viajaram, comunicando com outros povos e outras culturas. Resta-nos agora a esperança que à semelhança desse fenómeno dos "estrangeirados", estes novos emigrantes possam estimular, no seu regresso, um progresso mental e cultural efectivo. Aculturações, evolução científica urgente, progresso económico e social e, sobretudo, desenvolvimento sustentável desejam-se a muito curto prazo.

Se forem, voltem por favor!

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2 Comments:

At 11:55 da manhã, Blogger Cláudia Monteiro said...

Se formos voltaremos.

 
At 5:51 da tarde, Blogger Ana said...

Desculpa a sinceridade, mas ... nao penso voltar!

 

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