Lagartolandia

Invenções, pensamentos e desafios de um lagarto criativo

sexta-feira, abril 06, 2007

Pais & filhos...


Madame Toranja - colagens com feltro, para o corpo e restos de lã e linha, para os cabelos ondulados.

Ao invés dos nossos antepassados que tinham uma mão de filhos (nessa altura, não havia anti-conceptivos mas, sim, uma elevada taxa de mortalidade), nas gerações actuais, raramente se ultrapassa as duas crianças por casal. Excepções, decerto existirão mas, a maior parte dos progenitores que conheço, chegam apenas a ter um único filho, na maior parte das vezes adiando o sonho de voltar a procriar (não por razões de ordem biológica mas, antes por questões económico-sociais).

É incrível, como a educação também se alterou com esta modificação de opções: o facto de criar um filho apenas, eleva o maior número de esforços e tempo dispendido com esse "filhote". No mundo animal sabemos que os mamíferos são os que dedicam maior atenção às suas crias e, delas são, de facto, os humanos que superam a todos os níveis esse cuidado.

A partir de quando é que o novo ser é autónomo? Ou melhor, a partir de quando se pode dizer que atinge a maturidade e pode assumir todas as responsabilidades de uma vida adulta?

Estas questões foram e serão completamente variáveis ao longo do tempo, da história e dos continentes. Na época medieval, soubémos que princesas e infantes se desposavam em tenra idade, determinando alianças e, assumindo o comando dos seus reinos. Que na distante Índia, em pleno séc. XXI, grupos de crianças miseráveis lutam sós pela sobrevivência, longe de progenitores, como acontece nas ruas de Bombaim.

E, nós que fazemos? Multiplicamos e desdobramo-nos em pais, educadores, companheiros e sabe-se lá que mais funções, para que os nossos "meninos" sejam excessivamente mimados, onde falha a regra essencial do saber dizer "não", onde os filhos dispõem e mandam literalmente nos pais ou professores, onde se invertem valores e se criam aberrações, onde se estimulam as diversas violências (verbais, físicas, de pura competividade maquinal), em vez de proporcionar o pensamento, o engenho e desenvolver a criatividade. Acredito no velho ditado: "Tal pai, tal filho!"

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1 Comments:

At 9:18 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Compreendo e estou de acordo com o que dizes este post.

Não sou a favor do tudo se cria. Não sou a favor de se ter filhos só por se ter, por estereótipos ( ou não ) sociais.

Também tenho um filho único e mimado. Confesso q me assusta este lado mimado, do querer tudo e mais alguma coisa...
Mas não vou pensar em dar-lhe irmãos só por isso mesmo.

Beijinhos
Espero que esteja tdo bem com vocês

 

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