Lagartolandia

Invenções, pensamentos e desafios de um lagarto criativo

domingo, maio 17, 2009

Museu de Arte Popular (MAP) Lenço de Namorados comunitário



Partilho da opinião de que não é destruindo o MAP (com um espólio, a meu ver, riquíssimo, com um espaço apropriado e até um quadro de pessoal no activo) a pretexto de "pseudo-modernidades" tão vagas, como um Museu da Língua Portuguesa e do Mar.
Custa-me muito entender certas políticas culturais (há 20 anos que não as entendo, salvo pequenas honrosas excepções!) sobretudo, quando não há isenção no aconselhamento técnico e na decisão em termos de política cultural. Eu não conheço grandes governantes cultos, diga-se entre-linhas. Pena que pastas, como provavelmente aconteceu com a do MAP, fiquem propositadamente na gaveta, até a degradação permitir a derrocada e o abandono, ou a intervenção pontual, mais vulgarmente conhecida como "remendo". Quanto a mim, valeria a pena perceber que protecção tem de facto o imóvel, se a pode ter e, se o processo foi iniciado, onde está agora. Talvez fosse um ponto de partida para que não se cometam atrocidades que muito empolgam urbanistas ou arquitectos visionários, associados a políticos amantes do espalhafato, e com um terrível dom português para a expressividade poética, por vezes resumidas a um "triste fado". Mesmo lenta, porque a burocracia portuguesa é lenta, seria uma tentativa lógica de agir.

Da experiência reconheci que cada interveniente bordava como sabia e muitas(os) sabiam muito e bem! Foi interessante ver em práctica técnicas do bordado de Castelo Branco, de Viana do Castelo ou de total improviso e originalidade. Foi um excelente trabalho comunitário, estéticamente inspirado nos bordados tradicionais, muito coloridos, feito com dedicação por diversas mãos habilidosas, com uma certa malícia na deliciosa mensagem.

Parabéns pela iniciativa!

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sexta-feira, novembro 07, 2008

Ser ou não ser...


Ideia chegada às mãos de Laurinda Alves e publicada não me lembro onde, nem em que data, a propósito de uma ida a Santiago de Compostela, no sentido de percorrer ali, como na Vida/ Universo, um caminho.
"Ser ou não ser" metáfora antiga mas que cai que nem uma luva, nos dias que correm. A incerteza do nosso quotidiano tornou as pessoas desconfiadas, desconsoladas e muito susceptíveis. A ambiguidade substituiu a firmeza. A dependência conquistou laços nunca pensados (isto mesmo aplicado para famílias ditas "independentes"). A precariedade social ou financeira disparou para valores assustadores. E, no meio de tanta desgraça que é bem o espelho social do Portugal actual, como tentar enfrentar o meio? Como encarar o dia de amanhã?
Não existem milagres mas, cada vez mais é necessária responsabilidade nas atitudes, maturidade na resolução dos problemas e chamando a si próprio aquele pedaço de coragem que por vezes anda por aí disfarçado de "coitadinho". Porque para cada problema tem necessariamente de existir uma solução. "Ser ou não ser forte" pode fazer toda a diferença...
Num país em que tudo é fado (entenda-se "destino") e em que oito séculos de história não mais fizeram do que parafrasear o velho Camões em "Erros meus, má fortuna, amor ardente..." há imperiosamente que haver um virar de página. Com inteligência.



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domingo, junho 08, 2008

Músicas com alma...


Retirado da Wikipedia Italiana, Portale: Musica/Classica http://it.wikipedia.org/wiki/Immagine:Palazzo_Te_Mantova_7gen06_arco01.jpg

Há momentos em que a mestria ultrapassa todos os limites já pensados: Ludovico Einaudi na sua actuação de "Eden Roc", feita em Mântua, no Palácio "T", a 14 de Julho 2007, só nos pode deixar maravilhados. Habilidades deste género e para este mesmo lugar, lembram-me outras honras pensadas pelo não menos magnífico Cláudio Monteverdi, como a "Marcha do Duque de Mântua", nos idos de 1607...

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sábado, maio 10, 2008

10 de Maio 2008 - Pangea Day, Global Film Festival


10 de Maio 2008 - Pangea Day, Global Film Festival - O poder da imagem e a globalidade em http://www.youtube.com/group/pangeaday. Uma nova perspectiva do nosso mundo, feita pela visão de cada um de nós. Partilha, transculturação ou revolução de mentalidades: a não perder!

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quarta-feira, abril 30, 2008

"Foreign friends" ou talvez os novos estrangeirados...


Animação demonstrando a rotação da terra, retirada da Wikipédia e, baseada em documentação da NASA (http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2c/Rotating_earth_%28large%29.gif).

A história da terra é feita de mobilidade. Encontramos, por exemplo, essa ideia de movimento no seu ciclo de rotação próprio, no movimento das marés, na deslocação dos continentes ou, até nas variações das condições climáticas. Também na história, memória dos homens, encontramos o mesmo conceito de movimento, traduzido na questão das migrações ou mobilidade social.

Portugal, em pleno séc. XXI, "rebenta pelas costuras" e, face a uma crescente onda de migrações, recebe muito do que há de pior por esse mundo fora, perdendo muitos dos seus melhores recursos. Portugal vagueia (excepto, na visão daqueles que se sentam nas cadeiras do poder)... O "non-sense" impera com um mau-gosto atroz! Tudo conseguiu ser modificado incrivelmente para pior. Poucas são as medidas positivas ou minimamente interessantes. Só vejo um apertar de cinto, um sofrer uma crise, sem retorno à normalidade.

Demasiado sacrifício para as novas gerações sem lugar para viver, sem emprego como ganha-pão, sem possibilidades de cumprir sonhos básicos com o mínimo de honestidade. O fosso social agudizou-se entre os terrivelmente pobres e os excessivamente ricos. A tendência é para, pouco a pouco, ir desaparecendo a classe média. Altos índices de criminalidade (disfarçada a custo por estatísticas erróneas) e migrações desmesuradas, caracterizam alguns traços alarmantes, do Portugal moderno.

Também o número de licenciados sem emprego parece ser um problema, sem solução à vista. No meu círculo de amigos, sei de inúmeros casos de gente a viver por esse mundo fora ou com perspectiva de rapidamente lá chegarem. E, incrivelmente estes que agora vão não se comparam à geração de "emigreses" sem cultura, que partia nas décadas de 60 e 70, das mais recônditas aldeias para os grandes núcleos urbanos na França, Alemanha ou EUA. Hoje, os que vão são super-habilitados sendo talvez o maior desperdício e estupidez que o Portugal moderno está a permitir. Desaparecem técnicos e especialistas das mais variadas disciplinas (na ciência: físicos, biólogos, geógrafos, médicos, etc. Nas artes: arquitectos, pintores, músicos ou bailarinos. No pensamento ou ensino: filósofos, escritores e poetas, ensaístas e professores).

Este carácter cíclico da história, como se de uma espiral se tratasse, relembra-nos, não assim tão distante, a época de Pombal (séc. XVIII) e dos portugueses que também viajaram, comunicando com outros povos e outras culturas. Resta-nos agora a esperança que à semelhança desse fenómeno dos "estrangeirados", estes novos emigrantes possam estimular, no seu regresso, um progresso mental e cultural efectivo. Aculturações, evolução científica urgente, progresso económico e social e, sobretudo, desenvolvimento sustentável desejam-se a muito curto prazo.

Se forem, voltem por favor!

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domingo, novembro 25, 2007

Omnia vincit amor...



Imagem retirada de binarniladin.bloguje.cz/249192-love-actually.php

O amor está, de facto, por todo o lado. Este aparte é dedicado ao pequeno André que ontem veio ao mundo e aos meus amigos J. e C. que souberam lutar pelo que sempre sentiram. Já agora, ao aproximarmo-nos da quadra natalícia, vale a pena rever este simpático filme.

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segunda-feira, outubro 29, 2007

Os paraísos são cada vez mais longe...


Após quatro meses de perda irreparável consigo voltar a ter forças para questionar. A vida mundana repele-me. Não encontro virtudes. Procuro um inantingível espaço vital de tranquilidade, paz interior e humanidade plena. Sei que quanto mais vivo, mais sei o que quero e o que não quero. Procuro um paraíso (não mítico como uns pensam ou, em jeito de bagagem de férias, como tanto está na moda). Esse paraíso para mim é uma realidade pouco terrena, talvez mais uma diferente dimensão espiritual. É um desafio constante, um caminho onde se ultrapassam obstáculos, alguns deles hercúleos. Nele não existe medo mas, convicção. Nele não existe inveja mas, confiança. Nele não existem lágrimas mas, sim uma grande alegria. Estas capacidades estão ao alcance de todos, nas mais pequenas coisas palpáveis.
Como quem acredita no sorriso das crianças.
Como quem acredita na força da inteligência ou da linguagem.
Como quem acredita na música, na arte ou na poesia.
Talvez um sonho ou idealismo para o comum dos mortais mas, até encontrar o que procuro, sei que não desistirei. Ou, no mais puro lirismo irlandês tão bem proferido pelos U2, em 1987, no já velho album Joshua Tree: "I steel haven't found what I'm lookink for"...

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